quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pinceladas

No rescaldo da maratona mediática que envolveu a visita do Papa Bento XVI ao nosso país, entre outras conclusões a que cheguei, algumas pouco abonatórias quanto à qualidade da fé de muitos dos nossos compatriotas e da sua capacidade de interpretação das mensagens, uma delas foi a de que milagreiros, pelos vistos, foram os portugueses que conseguiram o feito de transformar um cardeal frio, carrancudo, pouco dado a enfrentar e a sorrir às multidões, num Papa afável, quase à semelhança de João Paulo II. Isto segundo nos levava a crer a quase generalidade, quanto a mim, demagógica, Comunicação Social.
Deve-se receber bem os que nos visitam, mas para uma Igreja que exalta a pobreza dos seus servidores e num tempo de pobreza real, numa enorme franja da população mundial, será necessária Tanta pompa?!
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Belmiro de Azevedo, o patrão da SONAE, afirmou que “Quando o povo tem fome tem o direito de roubar”. Eu não me atreveria a falar em direito, mas creio que é compreensível que quem se veja a definhar a si e aos seus familiares, sobretudo crianças, por motivo de fome, roube para comer. Compreensível, admissível, não é o mesmo que direito. De qualquer forma, já que Belmiro lhes concede esse direito, eu sugiro aos esfomeados que, a roubar para comer, o façam nas lojas Modelo e hipermercados Continente. Lá encontrarão, passe a publicidade, comida para todos os paladares.