quarta-feira, 13 de junho de 2012

Cantai lavradores, cantai...

Cantai lavradores, cantai…


Folgai lavradores, folgai…que, com o apoio que o governo, pela voz do “cara-de-fome” do ministro Mota Soares, que sempre e só aparece quando julga que tem – mas não tem - uma boa notícia para dar, anunciou, ao melhor estilo da propaganda salazarista-marcelista, a vossa vida há-de melhorar muito! Ora vejam lá: Vão ser disponibilizados 31 milhões de euros para apoiar 29 000 trabalhadores agrícolas e 10 000 produtores. Segundo a matemática do meu tempo e, estatisticamente, significa que dá cerca de 795 Euros por pessoa. Uma fortuna, realmente. Mas há mais. È que dos 31 milhões, 25 milhões serão recuperados pelo governo em 2013, os que estão destinados aos trabalhadores. Os outros 6 milhões serão para os produtores e respectivas esposas.

Motivos mais do que suficientes para tanta propaganda e para que os nossos agricultores fiquem felizes. Em 2013, haja seca, geada negra ou tempestade, há que devolver o dinheirinho. Haja paciência!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

As bacoradas de Passos Coelho

Passos Coelho afirmou: “o povo português tem sido extremamente paciente na forma como enfrentou – enfrentou? Já não enfrenta?! – as dificuldades, incluindo o desemprego”.


Decididamente, Passos Coelho não conhece o povo do seu país, não imagina quanta impaciência, quanta dor, quanto sofrimento se acolhem em milhares e milhares de famílias portuguesas ou é um hipócrita sem vergonha. Talvez as duas coisas. O que os portugueses são é demasiado pacíficos. Até ver.

Para não falar agora noutros “crimes”, questionemo-nos apenas como é que os portugueses a quem sacaram o subsídio de férias e o 13.º mês se sentem quando sabem que há uma corja que vive à sombra protectora dos ministros, à custa do erário público, muitos sem quaisquer méritos reconhecidos, e recebem dois meses de abono suplementar, que é como quem diz subsídios de férias e de Natal? Muita transparência!

Compreensível o choque que sofreu D. Januário Torgal Ferreira, o bispo das Forças Armadas e assertiva a sua revolta expressa na afirmação de que as palavras de Passos Coelho configuram um agradecimento a um povo “tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico”.

Pobres portugueses que têm ao seu leme, gente – gente?! – que os trata assim!!