segunda-feira, 12 de março de 2012

Desabafos

Precisava que alguém me explicasse, assim de uma forma como se eu fosse muito “burro” – se calhar sou – algumas coisas sobre o comportamento dos nossos políticos com mais responsabilidades, mas no meu entender, muito irresponsáveis.
Porque é que temos de suportar um Presidente da República com discursos de baixo nível em termos de conteúdo, inoportunos, onde sobressai a covardia, a arrogância, o rancor, o ódio?! Será que os portugueses merecem realmente estar a ser triturados por governantes insensíveis, injustos, discriminadores e, simultaneamente, terem o pior Chefe de Estado da democracia?! Cavaco Silva – estará a ficar senil? – é um petulante responsável pelas primeiras medidas, enquanto primeiro-ministro, que nos conduziram até esta situação miserável em que nos encontramos. Infelizmente, o pior ainda não terá chegado. Como é que ele, primeiro responsável pelo abandono da agricultura, pela destruição dos barcos de pesca e de várias indústrias, não cora de vergonha ao afirmar, agora, que temos de nos virar para os campos, para o mar? É de uma enorme falta de pudor.
Deixemo-lo a tentar equilibrar os tostões da sua magra reforma. Coitado do homem, é tão perdulário, ou benemérito, se preferir, que até prescindiu do salário de Presidente da República, em troca das “míseras” pensões de reforma. Cavaco não necessita dos críticos para o fragilizarem, ele próprio, constantemente, se auto-fragiliza.
Nem Coelho, nem Relvas, nem a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque me conseguiram fazer perceber porque é que, dizem eles, não há excepções nos cortes salariais, isto é, todos vão sofrê-los, e os funcionários da TAP, da Caixa Geral de Depósitos – outros se seguirão – ficaram todos muito contentes com a decisão de entregar à administração das referidas empresas a decisão de redução no salário ou noutros elementos de remuneração atribuídos através de contratos de empresa. Você acredita que vão receber mesmo menos e estão tão felizes?! Há alguém que me explique?
Parece-me que será legítimo que os dividendos das acções correspondentes a 2011 devem ser pagos a quem for seu detentor em 31 de Dezembro desse ano. Ou então quem as vender terá de ter esse factor em conta no negócio a efectuar, a menos que seja parvo. Muito mais cuidado terá que ter quem gere dinheiro dos contribuintes. Se já me parece mal que o Governo esteja a vender acções apenas a pensar na colheita de divisas no imediato, sabendo que nunca mais irá receber dividendos, muito mais grave é descartar dividendos que são dos contribuintes, deixando-os ir para árabes e chineses, numa altura em que esmaga esses mesmos contribuintes com a mais severa austeridade de que há memória. Alguém me explica a lógica deste Governo?
Quem me explica ainda, como é possível a Lusoponte ter recebido as portagens da Ponte 25 de Abril, em Agosto passado, e receber uns milhões como se de facto os portugueses não as tivessem pago? Vão descontá-los depois?! Pois, o Governo está com tal saúde financeira que até pode dar-se ao luxo de entregar dinheiro adiantado à Lusoponte e perder o crédito, por exemplo, na indústria farmacêutica!
Transparência era uma das principais bandeiras da campanha eleitoral de Passos Coelho e do seu PSD. Passados uns meses, o que menos se vê é transparência, mas muita incompetência, muita arrogância, muita insensibilidade e até atentados à democracia por ministros anedóticos, patéticos.
Passou-se mais um 11 de Março. Porque será que os políticos, tanto de esquerda como de direita, estiveram tão caladinhos?!
Por favor, expliquem-me tudo muito bem explicadinho.

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