quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Desabafos

Este é verdadeiramente o Governo da mentira, dos sem-vergonha. Pelo saque que faz às bolsas dos trabalhadores e dos pensionistas, direi que é uma cambada de especialistas em pilhagem. Toma medidas, destrói conquistas dos trabalhadores que nem Oliveira Salazar se atreveria a tanto. É execrável a demagogia com que alguns ministros se vangloriam de feitos que eles julgam importantes, não se cansando de proclamar aos quatro ventos que foi a primeira vez que em Portugal se fez isto ou aquilo. O que eles deviam proclamar bem alto é que é a primeira vez que em Portugal se sacam de uma só vez – não a todos, porque para a indignação ser maior ainda somos confrontados com o facto de uns serem filhos e outros enteados – subsídios de férias e de Natal, que a saúde, os transportes estão cada vez menos acessíveis e muito mais caros, que o desemprego aumenta constantemente, que o trabalhador é cada vez mais explorado, em benefício do grande capital.
Fala muitas vezes, este desgraçado governo, em credibilidade externa. Mas que credibilidade externa? Por causa dos mercados?! Claro. O que a estranja quer é comer-nos a “carne” e, depois de só termos os ossos, ignoram-nos. E a credibilidade interna? A interna só vai ser tida em conta quando se aproximarem eleições.
Julgam que com este acordo altamente lesivo dos trabalhadores, que não vai fazer crescer a economia – como é que ela há-de crescer se as pessoas têm cada vez mais os bolsos vazios? – que conseguirão a paz social que anunciam triunfantemente? Mas que paz social? O facto de João Proença, líder da UGT, ter assinado o acordo, não vai contribuir para a dita paz. Os trabalhadores, muito provavelmente, deixarão até de o respeitar, porque ele os traiu, na medida em que o dito documento só traz penalizações para eles. O seu papel era exclusivamente defender os trabalhadores e pôs-se no lugar de defensor da economia. Para isso estavam lá outros parceiros. No lugar dele, demitia-me, embora me pareça que a assinatura do acordo possa ter um aspecto positivo: Os patrões não terão mais legitimidade para se queixarem que a economia não cresce por falta de legislação adequada. Aqui têm eles legislação à sua medida. E porque ela é, realmente, apenas à sua medida, a guerra vai ser dura. Eu estarei com todas as armas ao meu alcance na frente de combate.
Se com salários mais baixos, mais elevados impostos, mais desemprego, produtos de primeira necessidade mais caros, educação, saúde, transportes com custos mais altos, a economia portuguesa crescer, sugiro que os portugueses se unam em torno do Álvaro e peçam para ele o Prémio Nobel da Economia. Se estivermos vivos.
Outra expressão que este governo muito utiliza, mas não pratica é “transparência”. Se ela existisse não haveria na administração indirecta do Estado, vários ministérios que não divulgam os salários de quem foi reconduzido ou escolhido por este mesmo governo. “Bem prega Frei Tomás…”
Políticos, estadistas de envergadura, dão-se alvíssaras a quem encontrar um. Parece que em Portugal e no mundo. Atentem nesta expressão do candidato republicano às presidenciais dos Estados Unidos, Rick Perry: “Soldados que urinaram em cadáveres no Afeganistão não são criminosos. São miúdos de 18, 19 anos e cometem erros”. E mandam-se miúdos para a guerra? – pergunto eu.

1 comentário:

  1. Caro amigo
    Que nunca a mão nem a voz lhe doa. Esta malandragem tem que ser devidamente denunciada para ver se o povo abre os olhos.

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