segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Desabafos

Se reflicto sobre os problemas do mundo, sobretudo os que têm a ver com o nosso país, que influencia e é influenciado pelo que se passa nos outros, significa que penso politicamente. Se assim é, quer dizer que o que digo e o que escrevo tem, quase sempre, uma forte matriz política. Ao contrário daqueles que, pretendendo ter um lugar de maior ou menor preponderância política, ficam prisioneiros da doutrina de um qualquer partido ou das ideias daqueles que, tendo lugares de destaque no tal partido, lhes podem servir de “muleta”, eu digo sempre o que penso, sem curar de saber se isso corresponde ao pensamento do partido A, B ou C. Aos chamados políticos, falta-lhes a liberdade de dizer o que pensam, obrigando-se a exprimir apenas o que interessa em determinado momento, mesmo que seja exactamente o inverso do que terão dito noutra altura.
Por isso vou fazendo as minhas análises, sobre diversas matérias, mesmo aquelas que não domino muito bem, sem receio de as expor publicamente, não por leviandade, por ligeireza, mas porque sou um pensador e porque todos os pensamentos são legítimos, ainda que absolutamente contrários ao pensamento dominante. Aliás, estou certo que é a diversidade de pensamentos que faz evoluir o conhecimento.
Posto isto, aqui estou eu, uma vez mais, a dizer de minha justiça, que é como quem diz, a expor os meus pensamentos, a fazer os meus desabafos.
Ah! Por falar em justiça, ela andou muito na berra estes últimos dias por causa de dois casos mediáticos, num deles com a população a querer fazer justiça na rua, o que é sempre de lamentar, por mais que nos pareça que ela não terá sido feita no lugar próprio, ou seja, nos tribunais.
Tendo ainda a ver com justiça, mas não só, não gostei de ver uma pequena peça no jornal diário que habitualmente compro, referente a sete militares que estão a ser julgados por burla com facturas falsas, que mencionava o nome de um militar, provavelmente de baixa patente, presumo, ocultando o nome dos outros, nomeadamente um major-general e dois coronéis. Por quê não os esconder todos ou mencionar todos? Parece-me que – deixe-me dizer assim, já que estamos a falar de justiça – seria mais justo. Acho que é oportuno citar esta frase muito assertiva, cujo autor desconheço: “Se estiveres à procura de algo que seja justo, lembra-te que apenas o soutien realiza esse objectivo: oprime os grandes, protege os pequenos e levanta os caídos”.
Estamos no início da época quaresmal. É altura de os católicos mais cumpridores ou, se preferir, mais tradicionalistas ou conservadores, se devotarem aos períodos de jejum e abstinência. Bom, cá em Portugal, pelo rumo que as coisas levam, já a maioria dos portugueses sejam eles ateus, agnósticos ou professantes seja lá de que religião for, estão condenados ao jejum e abstinência permanentes.
Não somos seguramente um povo de invertebrados, mas seremos, certamente, de líderes políticos invertebrados. Expõem de tal forma a sua pequenez que qualquer referência a Portugal, do sr. Obama ou líder europeu serve para que fiquem tão felizes como a criança a quem deram o brinquedo desejado, tão felizes como um “gato com um chocalho”, esquecendo-se que a maioria das vezes essas palavras nem têm praticamente significado nenhum ou significam exactamente o mesmo que as palmadinhas que os nossos falsos amigos nos dão nas costas. São, de facto, homúnculos.

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