segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mais descarada ou despudoradamente, quase todos os políticos mentem e, tão grave como isso, para não dizer pior, hoje dizem uma coisa que toda a gente ouviu ou leu e amanhã, com a maior desfaçatez, negam que alguma vez tenham dito o que de facto disseram. Já todos sabemos que, infelizmente, a regra geral é essa. Pelo menos, sabendo-se disso, deveriam ter mais cuidado com os slogans que usam. Por exemplo, Manuela Ferreira Leite chocava-me muito menos com o diz e desdiz se não tivesse aquele slogan que, salvo erro, é “falar verdade aos portugueses”. Mas que verdade?! Será que a sua verdade é apenas aquilo que lhe convém ou se lembra de dizer hoje, como se ontem não tivesse dito nada, ou se rasgasse – para usar a sua própria linguagem – tudo o que houvera dito ou escrito antes?! Sinceramente, apesar de na minha memória se guardar o nome de Manuela Ferreira Leite como uma péssima Ministra da Educação e uma péssima Ministra das Finanças, mesmo assim, imaginava-a capaz de uma linguagem mais séria do que a maioria dos seus pares. Afinal, enganei-me. Mas quem parece não estar enganado é o povo português, que, apesar dos problemas que têm embaraçado o Partido Socialista e o próprio José Sócrates, apesar do desgaste que qualquer governo sofre no final de uma legislatura, muito mais quando se enfrenta uma grave crise económica e financeira internacional, mesmo assim, uma grande percentagem deles, de acordo com as sondagens, sempre falíveis, embora, preferem Sócrates para primeiro-ministro do que Ferreira Leite. Se a sondagem estiver correcta, é caso para afirmar que o povo lá “sabe com que linhas se cose”.

Sem comentários:

Enviar um comentário