sexta-feira, 27 de maio de 2011

Falta de memória ou desconhecimento da história

Quem não tiver memória e não respeitar a história não merece qualquer pingo de glória. É incrível como em Nespereira muitos se vangloriam da memória e da história das suas gentes, das suas instituições, dos seus costumes, das suas tradições, mas, na prática, muitas vezes agem como se só conhecessem o que os não perturbe.
Recebi um convite informal, através do Facebook, igual a dezenas ou centenas deles para participar na tertúlia que hoje se realiza, subordinada ao tema “Associativismo…que sustentabilidade…”
Ninguém tinha qualquer obrigação de me convidar para participar do painel, por isso não tenho que ficar aborrecido, zangado, mas como pensador franco e frontal não tenho qualquer pejo em dizer que é estranho e em tecer algumas considerações para que todos os andem de boa-fé também reflictam e tirem as suas conclusões. Para discutir o associativismo não é absolutamente necessário ter experiência associativa. Qualquer bom pensador o pode fazer. Quem, todavia, alia o gosto de pensar e discutir à experiência tem mais probabilidades de que a sua participação seja fecunda.
Quase sem qualquer receio de errar atrevo-me a afirmar que sou o nespereirense com mais experiência associativa, aliada a outra grande experiência de reflectir sobre os mais diversos temas que interessam à sociedade, através da imprensa, de blogues e da rádio. Fui o primeiro presidente da Casa do Povo (que não tem nada a ver com a actual), fui fundador e, durante vários mandatos, presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Nespereira, em alguns deles acumulando com a função de comandante; Fui, durante várias épocas, presidente da direcção do Nespereira Futebol Clube, acumulando, em algumas, com a função de treinador, tendo, ainda, sido presidente da assembleia-geral; Fui presidente da direcção do Rancho Folclórico de Nespereira; Fui fundador e primeiro presidente da direcção eleito da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária de Cinfães; Fui vice-presidente do Clube Desportivo de Cinfães e desempenhei também as funções de treinador, em cuja actividade fui galardoado pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol. Fui presidente do Conselho Fiscal da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu e actualmente presidente do Conselho Consultivo; Fui secretário técnico da Liga dos Bombeiros Portugueses, tendo prometido e concretizado a criação, com a colaboração imprescindível do Maestro Pereira Pinto, do Hino dos Bombeiros Portugueses. Por este trabalho, recebi, da Câmara Municipal de Cinfães, a Medalha de Prata do Município.
Perante isto – e chamem-me o que quiserem – alguns deverão sentir-se envergonhados de se considerarem associativistas.
Bom, estranho será, de facto, para alguns. Eu estranharia se não conhecesse bem esta terra e uma grande parte da sua gente, nomeadamente aqueles que não perdem uma oportunidade para se porem em “bicos de pés”, à frente, em concordância com o filósofo que diz que “a ignorância se põe à frente para ser vista, enquanto a inteligência se põe atrás para ver”, fingindo ignorar todos quantos lhes possam fazer sombra.
E assim vai a “feira de vaidades” e hipocrisia, sempre na mira de mais um “tacho” ou, pelo menos, “penacho”.

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