quinta-feira, 5 de maio de 2011

O estado da Nação

Meu amigo, é indesmentível que, em Portugal, infelizmente, à semelhança de muitos outros países no mundo, vivemos tempos complicados, diria mesmo, que vivemos dias negros. Claro, que há por esse mundo fora, situações altamente dramáticas em que milhões de pessoas morrem de fome e sem qualquer acesso à saúde. Poderíamos dizer que, comparados com esses, somos uns felizardos. Obviamente que não pretendemos tais comparações, porque muitos de nós merecem muito mais e melhor do que o que têm. Atrevo-me a sublinhar muitos de nós porque, efectivamente, há muitos portugueses que não merecem minimamente aquilo que têm, que é fruto dos impostos de quem trabalha e que não fazem qualquer esforço para trabalhar – a muitos, o trabalho não faltaria, quisessem eles – e ainda se dão ao luxo de gastar o dinheiro sem estabelecer quaisquer prioridades aceitáveis, gastando-o onde menos seria expectável que o fizessem. Quem conhece o país real, não apenas através das leituras ou qualquer outro tipo de informação que chega aos gabinetes, mas pela sua presença na rua, nos estabelecimentos comerciais, nos transportes e observa atentamente, através dos olhos e dos ouvidos, com verdadeiro espírito de conhecer em que mundo se encontra, sabe que é enorme o número de parasitas, de mandriões, de vigaristas, de criminosos que andam por aí a consumir as nossas depauperadas finanças, sem produzirem algo, nem sequer cultivar os seus quintais, que alguns possuem.
Por muitas culpas que os sucessivos governos e os políticos que se exibem pelos parlamentos tenham relativamente a esta crise e têm, com tanto cidadão a não produzir, a arranjar as mais diversas vigarices, entre as quais socorrer-se do divórcio, continuando embora a viver juntos como sempre viveram e até a fazer filhos, para receber subsídio de desemprego, o rendimento social de inserção, para fugir ao fisco, para beneficiar de taxas moderadoras, etc., etc. como pode este país progredir, desenvolver.
É, normalmente, esta gente que não quer fazer nada, que mais protesta, que mais se queixa. É óbvio que o que recebem não dá para muito, mas eles preferem o pouco e nada fazerem, do que um pouco mais, produzindo algo.
Há ainda aqueles que trabalham e recebem por isso, mas fazem-no clandestinamente – embora à vista de toda a gente, parece que menos dos que têm obrigação de fiscalizar e não o fazem devidamente, o que também nos pode levar a inclui-los no rol dos parasitas – para obterem apoios da Segurança Social e de outras entidades.
Se juntarmos a toda esta gente a viver da fraude, os que têm reformas milionárias, algumas duplas e triplas, os que se alimentam da corrupção, da exploração dos aflitos, através da agiotagem, temos dificuldade em acreditar que este nosso país, acabado de se submeter às ordens do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, para se financiar e procurar sair da crise, tenha sucesso.
Temos que, urgentemente, apostar forte na educação, que quase já se não faz nem nos lares nem nas escolas, para criarmos novas gerações que saibam o que é a cidadania, que privilegiem a honestidade, a verdade, o trabalho, que combata o chicoespertismo, mas que também tenham alguma capacidade de sacrifício, que não esperem que tudo lhes é devido, sem esforço. Só assim poderemos aspirar ao sucesso.

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